A cooperação entre Moçambique e Brasil tem sido uma decepção e não passa de retórica

O investigador do IESE, Sérgio Chichava, disse há dias em entrevista à Agência Lusa a propósito do livro ” O Brasil em Moçambique. Criando parcerias ou produzindo dependência?“, a ser lançado em Setembro próximo, que em termos de transparência,desvinculação de interesses comerciais,diplomacia solidária e participativa, a cooperação Sul-Sul brasileira com Moçambique não está a produzir novos paradigmas e nalguns casos, reproduz algumas características da relação entre Moçambique com os chamados doadores “tradicionais”.

O livro parte do pressuposto de que por ser o principal parceiro da cooperação técnica brasileira em África e de acolher um considerável volume de investimentos de empresas brasileiras, Moçambique é um caso emblemático para compreendero engajamento do Brasil no continente africano.

Os 13 artigos reunidos neste livro foram escritos por 21 investigadores de diferentes países eanalisam entre outros aspectos, a evolução das relações político-diplomáticas entre o Brasil e Moçambique, as características, dinâmicas e impacto da cooperação técnica brasileira assim como dos investimentos de algumas multinacionais brasileiras em Moçambique. De entre os projectos de cooperação técnica analisados citam-se os casos dos programasProsavana eProAlimentos e da fábrica de anti-retrovirais e medicamentos. No que diz respeito aos investimentos, a presença da Vale merece destaque.