Mercados de trabalho, criação de emprego e desenvolvimento em Moçambique

Este tema foi discutido pela investigadora do IESE, Rosimina Ali, num debate organizado pela Friedrich Ebert Stiftung (FES) Moçambique sobre “Lacunas do mercado de trabalho, crescimento inclusivo e desenvolvimento em Moçambique?”.

A investigadora do IESE explicou que, na análise convencional sobre emprego e trabalho em Moçambique, predominam preconceitos teóricos no método de análise e problemas metodológicos na recolha de informação estatística oficial. As estatísticas não captam informação sobre mercados de trabalho, diversidade de formas de recrutamento e de emprego, a dependência que essa estrutura de ocupação e rendimento tem do trabalho assalariado, nem sobre as condições de emprego ou mobilidade ocupacional das pessoas. Além disso, apesar do interesse crescente na questão do emprego, ao nível de políticas públicas, não estão explícitos os mecanismos pelos quais o emprego pode efectivamente reduzir a pobreza ou permitir alcançar melhores condições de vida para as pessoas. Estes aspectos têm implicações para a análise da situação laboral e do bem-estar assim como para a formulação e a efectividade das políticas públicas. Rosimina Ali, destacou que é preciso olhar para o tipo de emprego que está a ser criado no actual contexto produtivo em Moçambique, exemplificando que no caso das plantações agro-industriais, este tem sido dominado por irregularidade, instabilidade e precariedade do trabalho, dos rendimentos e dos modos de vida.

O painel de discussão contou com a participação de membros da Organização dos Trabalhadores de Moçambique – Central Sindical (OTM-CS), do Comité Nacional do Jovem Trabalhador (CNJT) e do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Extractiva e de Transformação de Moçambique (SINTEL). Participaram do debate, um grupo de activistas, membros de comités sindicais provinciais, entre outros participantes do programa ‘Jovens Líderes’ organizado pelo FES, no qual o presente debate foi enquadrado.