Não há futuro para uma economia extractiva em Moçambique
A investigadora do IESE, Fernanda Massarongo fez parte de um painel de discussão sobre “A crise económica e o papel da juventude”, realizado no dia 27 de Julho de 2017, em Maputo.
Durante o debate, Massarongo defendeu que não há futuro para uma economia extractiva [como a de Moçambique] dadas as limitadas possibilidades de: (i) desenvolver capacidades produtivas aprofundadas e complexas; (ii) desenvolver ligações e articulações internas (iii) gerar emprego em quantidade e qualidade e (iv) tornar-se resiliente aos choques do comércio internacional e da economia global. A contínua e consolidada dependência de importações já é uma indicação de que os moçambicanos não estão a desenvolver capacidades para produzir o que consomem e ter maior controle sobre a sua própria economia.
A investigadora salientou que os jovens devem estar atentos para antecipar os possíveis problemas sociais, económicos e políticos do país. E que é urgente Moçambique desenvolver e implementar uma estratégia estruturante da economia, capaz de tornar os moçambicanos, em particular os jovens, em cidadãos mais activos economicamente.
Organizado pela Associação dos Jovens Empresários (ANJE), o evento tinha como objectivo contribuir para o desenvolvimento do empreendedorismo em Moçambique.
O painel de discussão contou também com a participação da Juscelina Guirengane, Presidente da ANJE; de Anastácio Chembeze, director-geral do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFP); do Professor Doutor José Macuane, da Universidade Eduardo Mondlane; de Ana Rita Sithole, membro da comissão permanente da Assembleia da República; de Gilberto Mendes, Director do Grupo Teatral Gungu e empresário e de Flávio Quembo, antigo Presidente da ANJE e empresário.