Desafios para a social democracia no contexto do capitalismo monopolista e financeirista global

Decorreu um Berlim uma conferência organizada pela Fundação Friedrich Ebert (FES) para debater promoção da democracia no contexto do capitalismo global, monopolista e financeirista. Para além de representantes da FES (dos seus departamentos e representações externas), participaram nesta conferencia académicos de várias disciplinas das ciências sociais. Um dos focos da conferência foi o debate sobre agendas progressistas de transfomação social e económica para a a social democracia no contexto actual e com uma perspectiva global, que dêm conteúdo e forma ao conceito de “democracia” (que não tem significado intrínseco independente dos valores sociais, económicos e políticos que o definem). No capialismo moderno, o potencial do estado de bem-estar como mecanismo de mitigação das contradições fundamentais do capitalismo, entre capital e trabalho, entre a propriedade privada dos principais meios de produção e o carácter social do trabalho, está próximo de ser esgotado. Conceitos como “mercado social” não têm sentido quando o estado de bem estar é o primeiro alvo a ser atacado quando a taxa de lucro do capital reduz, e quando a expansão do emprego é feita à custa da crescente informalização e casualização do trabalho e deterioração das condições de trabalho e dos rendimentos reais dos que vivem do seu trabalho. Uma perspectiva progressista para a social democracia é necessária, o que requer um foco na transformação social, económica e polítca e não na mitigação das contradições do capitalismo monopolista e financeirista. Alternativamente, a social democracia não terá sentido nem relevância. Carlos Castel-Branco, do IESE, participou no painel sobre “Capitalismo e democracia”, onde discutiu perspectivas para uma agenda progressista de de transformação da economia extractiva como sistema social de acumulação em Moçambique em contexto de financeirização global do capitalismo. Agenda e Programa (pdf)